Autor: Simone Spiandorello
Do ponto de vista prático o letramento digital é saber usar as tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), seja para realizar seu trabalho, para os estudos ou para fazer uso social dessas tecnologias. Embora correto, esse pensamento abrevia o significado de letramento digital e de sua relação com a construção do saber e a democratização do conhecimento.
O letramento digital não se restringe a conhecer e usar um computador e seus programas, ele inclui a habilidade de construir sentido a partir de textos, que além das palavras, usam imagens, sons, hiperlinks, tudo em um mesmo plano. O letramento digital inclui também, a capacidade para localizar, identificar, filtrar, avaliar e selecionar criticamente as informações disponíveis no universo eletrônico, além do domínio das regras de interação e comunicação com outras pessoas ou grupos, sejam eles, formais ou informais.
Em relação ao letramento tradicional, o digital requer o desenvolvimento de outras estruturas cognitivas, que permitem aos letrados digitais exercerem práticas de leitura e de escrita na tela, que são diferentes daquelas exercidas na leitura e escrita em papel.
Outro importante papel do letramento digital é seu enorme potencial para a inclusão. Desenvolver o letramento digital permite a uma pessoa ou comunidade, reformular conhecimentos, criativamente, expressa-los adequadamente, produzindo e gerando informação em lugar de, unicamente, compreendê-la.
O letramento digital potencializa a geração e compartilhamento de conhecimento entre pessoas ou grupos, seja porque amplia as oportunidades de comunicação ou porque democratiza o acesso. O monitor do computador e a tela do smartphone viraram os novos “espaços” de escrita e de construção de significados, e impulsionaram mudanças nas
interações entre escritor e leitor, e até entre o ser humano e o conhecimento.
O fato é que, na sociedade em que vivemos, exercer nossa cidadania em sua plenitude requer não apenas o letramento tradicional, mas também o digital.